Demissão em massa na PIER: 111 pessoas desligadas 

A informação é do site Layoffs Brasil, divulgada ontem, 12 de janeiro. Conforme apuramos, esse número representa 39% da empresa. A Píer se apresenta como a primeira seguradora 100% digital do Brasil.

O que aconteceu nessas últimas semanas no mercado de Startups Brasileira foi apenas o começo do que estar por vir. Se preparem para 2023.

“Há muitas incertezas e as startups devem se preparar para o pior”, disse Felipe Matos, presidente da Associação Brasileira de Startups (ABStartups), em entrevista publicada na revista IstoÉ Dinheiro desta semana. Para o especialista no segmento, fundador da Dínamo e CIO da Sirius, o futuro será de empresas cada vez mais ultrassegmentadas.

A retomada da economia em 2022 foi um mero sonho que logo virou pesadelo: o ano foi marcado pelas demissões no segmento de startups — e nenhum crescimento acontece com gente em casa sem renda. Foram mais de 4 mil colaboradores desligados somente no Brasil. Para Felipe Matos, 2023 continuará a ser um ano de ajustes no setor, tanto econômico como estrutural. Continuaremos a ter menor captação de investimentos. Ou seja, uma quebra de expectativa para empresas que planejavam crescer e ganhar tração e agora terão de se adequar a esse novo cenário. Mesmo assim, essa não é a realidade para as startups-camelo, termo popularizado também no ano passado e que remete a projetos com crescimento mais estratégico. “O que a gente viveu em 2022 foi um reajuste pós-pandemia. Um reajuste grande e que ainda está acontecendo. Tivemos uma mudança na economia mundial, com bastante aumento na taxa de juros, inclusive em países mais desenvolvidos, caso do Estados Unidos e da Europa. Isso basicamente muda o fluxo de capitais internacional, o que afeta de forma muito importante o cenário de venture capital que investe nas startups.”

  • – Sobrou menos dinheiro?
    Sim! E com menos dinheiro disponível, a gente viu muitos ajustes, layoffs (demissões) e menos investimento, diferente do cenário da pandemia, quando os investimentos triplicaram. Em 2022 eles voltaram para o patamar próximo do pré-pandemia, no máximo um pouco maior. Então o saldo ainda é positivo, mas a gente voltou para condições pré-pandêmicas.
  • – Como novas startups devem abordar o modelo regulatório no seu modelo de negócio?
    Na Associação Brasileira de Startups aconselhamos os órgãos reguladores a utilizarem o conceito que a gente chama de sandbox regulatório.
  • – Do que se trata?
    Um espaço de inovação que permite que algumas empresas selecionadas possam operar sendo observadas de perto pelo regulador e a partir dessa experiência entender os problemas e formatar regulamentos e legislações pertinentes. É uma forma de você não barrar a inovação. É algo que tem sido implementado em vários países do mundo e também por alguns reguladores aqui no Brasil.
  • – Poderia dar um exemplo?
    A Susep, que é o órgão que regulamenta os seguros no Brasil, criou seu próprio sandbox regulatório no qual algumas startups podem fazer microsseguros e outras modalidades que antes não seriam possíveis, porque elas não cabiam dentro da regulação atual.
  • – Que tipo de novidade elas trazem?
    Um exemplo é o seguro on-line e que não precisaria de um corretor, profisional que pela legislação ainda é obrigatório, mas que não faz sentido para uma venda de microsseguro on-line. Então, na hora que ela faz esse sandbox regulatório, eu posso vir com o modelo que propõe o diferencial e o regulador observa aquela inovação e, a partir da experiência, moderniza o seu marco regulatório. Esse é o formato que a gente acha o mais adequado para os governos enfrentarem esses dilemas.

Fonte: IstoÉ Dinheiro e site Layoffs Brasil, 13/01/2023.

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