Pesquisador da ENS cria modelo inovador adotado pela Susep

Recentemente, os pesquisadores e professores da Escola de Negócios e Seguros (ENS), Carlos Heitor Campani e Cesar Neves, tiveram artigo acadêmico publicado no renomado jornal internacional North American Actuarial Journal.

Produzido em conjunto com o servidor da Susep, Thiago Signorelli, “Extrapolating Long-Run Yield Curves: An Innovative and Consistent Approach” apresenta um modelo que visa resolver o problema da alta volatilidade espúria das taxas de juros no longo prazo em ETTJs (Estruturas a Termo de Taxas de Juros), trazendo uma solução consistente e inovadora.

Os três autores receberam apoio de diversas instituições: Carlos Heitor Campani da ENS, da Cátedra Brasilprev em Previdência, do CNPq e da FAPERJ, e César da Rocha Neves e Thiago Signorelli da Susep.

Campani explica que o problema da alta volatilidade espúria em taxas de juros de longo prazo era uma pedra no sapato de companhias que precisam fazer, por exigência regulatória, cálculos a valor presente de fluxos de caixa de longo prazo. Esse é o caso, por exemplo, de seguradoras e entidades de previdência complementar. “Essa alta volatilidade espúria, encontrada em modelos tradicionalmente utilizados no Brasil e mundo afora, gerava valores, em consequência natural, excessivamente voláteis, o que trazia riscos desnecessários e expunha balanços e outras demonstrações financeiras a movimentos contábeis não condizentes com a realidade”.

Robusto e alinhado ao setor

A proposta concebida no artigo, fruto da tese de Doutorado, mostrou-se robusta e alinhada com dados de mercado, reduzindo drasticamente a volatilidade espúria de longo prazo em curvas de juros. Segundo Campani, o modelo está sendo aplicado oficialmente pela Susep, desde janeiro deste ano, em quatro curvas de juros mensalmente divulgadas ao mercado: Prefixada, Cupom de IGP-M, Cupom de TR e Cupom Cambial (dólar). Isso significa dizer que, por exigência regulatória, essas curvas de juros baseadas no modelo desenvolvido serão obrigatoriamente utilizadas por todo o mercado segurador e previdenciário.

“Isso muito nos orgulha por diversas razões. A primeira é o fato de uma instituição tão renomada como a Susep confiar no modelo desenvolvido. E, pessoalmente, entendo que pesquisas acadêmicas precisam resolver problemas do cotidiano de empresas e pessoas. Nesse caso, a academia encontra o mercado da melhor forma possível, com uma solução que resolve um problema histórico do mercado de seguros e previdência complementar”, comentou Campani.

Fonte: ENS, 29/11/2022.

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