Dr. Yrving Lucas Vasconcelos e Paiva, médico da rede de clínicas Meu Doutor Novamed, comenta sobre os principais sintomas dessa doença silenciosa e destaca a importância da prevenção
O mês de julho marca a conscientização sobre as hepatites virais. Alinhada a esse objetivo, a rede de clínicas Meu Doutor Novamed alerta sobre a importância da prevenção e os cuidados no tratamento da doença, que é responsável por cerca de 1 milhão de mortes por ano no mundo – de acordo com estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS).
“Em linhas gerais, a hepatite é uma inflamação do fígado, que pode ser causada por diversos fatores, como medicamentos, alimentos contaminados, álcool e agentes infecciosos, como os vírus. A doença pode surgir também em decorrência de doenças autoimunes, metabólicas ou da genética”, atesta o médico Yrving Lucas Vasconcelos e Paiva, da rede Meu Doutor Novamed.
Causadas pelos vírus A, B, C, D e E, as hepatites virais podem ser controladas com medidas de prevenção, incluindo vacinas para alguns tipos de vírus – A e B – e mediante o diagnóstico precoce, a partir de exames de sangue, que podem ser pela detecção de anticorpos (sorologia) ou do próprio vírus (biologia molecular). “É importante destacar que os testes rápidos servem para diagnóstico das hepatites B e C”, complementa o dr. Yrving.
No Brasil, as hepatites virais mais comuns são causadas pelos vírus A, B e C. Existem ainda, com menor frequência, o vírus da hepatite D (mais comum na região Norte do país) e o vírus da hepatite E. Segundo o Instituto Brasileiro do Fígado, o país tem cerca de 1 milhão de pessoas portadoras da doença.
As hepatites virais podem ser contraídas de formas diferentes. São elas:
Hepatites A e E
A Hepatite A é transmitida via contato com água, alimentos ou indivíduos contaminados pelo vírus. O dr. Yrving faz um alerta: “A transmissão sexual foi responsável por diversos surtos desse tipo de hepatite no mundo nos últimos dez anos”. No caso da Hepatite E, a transmissão ocorre da mesma forma. No entanto é rara no Brasil, e mais comum na Ásia e África.
Hepatites B, C e D
Apesar de terem diferentes vírus causadores, estes três tipos de hepatites virais estão presentes em diversos fluidos do corpo humano, como o leite materno e sangue, por exemplo, como destaca o médico da rede Meu Doutor Novamed.
Podem ser transmitidos pelo contato com o sangue de pessoas infectadas e pelo compartilhamento de itens pessoais e pelo uso de materiais não esterilizados. Também são comumente transmitidas por meio de relações sexuais desprotegidas.
“A hepatite viral também pode ser transmitida da mãe infectada para o filho durante a gravidez, no parto ou até mesmo na amamentação”, destaca o dr. Yrving.
Quais os sintomas?
Por ser uma doença considerada silenciosa, pessoas portadoras da hepatite podem ser diagnosticadas apenas quando apresentarem complicações, das formas agudas e crônicas, muitas vezes levando à cirrose ou ao câncer de fígado.
Os sintomas das hepatites virais nem sempre são visíveis. Entre os principais que podem estar associados ao quadro, estão:
Cansaço;
Febre;
Mal-estar e tontura;
Enjoo e vômitos;
Dor abdominal;
Em alguns casos, os pacientes podem apresentar sintomas mais característicos, como pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. Considerando especificamente os tipos mais comuns no país, o médico da rede Meu Doutor Novamed destaca: “No caso da hepatite A, os sintomas são mal-estar geral, febre, fadiga, náusea, vômitos, olhos e pele amarelados, urina de cor amarelo-escura e fezes claras. Já nas hepatites B e C, os sintomas raramente aparecem e, quando presentes, costumam ser mais brandos e inespecíficos – fraqueza, falta de apetite e dor abdominal. Mas isso ainda pode variar caso a caso”.
Tratamento e Reestabelecimento
A OMS anunciou, recentemente, uma meta de eliminar a doença como grande ameaça à saúde pública até 2030. Apesar de perigosas, as hepatites são tratáveis, como explica o dr. Yrving: “A hepatite A costuma ser autolimitada, isto é, possui a capacidade de cura espontânea na maioria dos casos, porém existem casos no qual o fígado pode parar de funcionar e com isso surgirem sérias complicações. Já as hepatites B e C oferecem risco a longo prazo, especialmente para o desenvolvimento de cirrose e câncer”.
Em linhas gerais, é possível se recuperar da hepatite. O tratamento envolve o uso de remédios, com repouso e uma dieta balanceada. Os pacientes devem realizar acompanhamento com um hepatologista, sendo fundamental manter uma rotina de consultas periódicas para avaliação clínica e laboratorial bem como investigação e rastreamento de possíveis complicações.
Fonte: Approach, 19/07/2022.