No dia 28, foi celebrado o Dia Mundial de Luta contra as hepatites virais

A hepatite é um tipo de inflamação no fígado, transmitida pelo hepatovírus e existem cinco tipos da doença, definidas pelas letras de A a E. No Brasil, em 2023, de acordo com dados do Ministério da Saúde, cerca de 29 mil pessoas tiveram hepatite. O Dr. Arthur Zanolla Machado, Médico de Família da Rede Meu Doutor Novamed (foto), em Belo Horizonte, Minas Gerais, alerta que todos os tipos de hepatite têm tratamento, mas alguns cuidados precisam ser tomados para evitar a doença.

Hepatite C tem alta transmissibilidade

A Hepatite C é a mais comum no Brasil e no mundo, devido à sua alta transmissibilidade e à ausência de um método preventivo eficaz, como uma vacina, por exemplo. Em 2023, 56,72% dos casos de hepatite no país foram do tipo C, atingindo cerca de 16 mil brasileiros. A transmissão se dá por meio do sangue e de secreções sexuais, majoritariamente. “Ter contato sexual protegido e cuidados com objetos cortantes potencialmente contaminadores (agulhas, alicates, itens de tatuagem etc.) são as principais medidas que podem ser feitas para evitar a transmissão das Hepatites B, C e D”, explica o Dr. Arthur Machado.

“O grupo B, C e D é o que agrupa as chamadas hepatites crônicas, que raramente provocam sintomas e, por isso, permanecem não diagnosticadas por anos. Quando se manifestam, apresentam sintomas associados ao mal funcionamento do fígado: sangramentos, edemas e acúmulo de líquido no abdômen (também chamado de ascite)”, explica ele. Para evitar situações deste tipo, é recomendado realizar exames de rotina para as Hepatites B e C (HbsAg para hepatite B e Anti-HCV para hepatite C). Já a Hepatite D, a doença só se manifesta em que é portador da Hepatite B crônica.

Dr. Arthur Machado reforça que as hepatites B, C e D possuem tratamentos com antivirais orais, sendo que a maior parte dos pacientes evolui para cura completa da doença. “Nos casos em que o vírus não desaparece do organismo, a doença fica relativamente bem controlada, desde que o tratamento seja iniciado de forma precoce (isto é, antes da instalação de lesão hepática permanente)”, alerta.

Hepatites A e E não requerem tratamento

Segundo o médico, as hepatites A e E são virais agudas, caracterizadas por náusea, vômitos e dor abdominal inicialmente. Após alguns dias, surge o sintoma principal: a icterícia, decorrente do acúmulo de bilirrubinas na pele, o que leva a uma coloração amarelada na pele, fezes embranquecidas e colúria (presença de bilirrubina na urina, tornando-a escura).

“As hepatites A e E não requerem tratamento, pois, na maior parte dos casos, evoluem para a cura espontânea. Ambas são associadas ao saneamento inadequado e ao consumo de água não filtrada. Naturalmente, trata-se de uma questão frequentemente de saúde pública. Apenas as hepatites A e B podem ser prevenidas através da vacinação, disponível no SUS e na rede suplementar, sendo parte do calendário nacional de vacinação”, explica o Dr. Arthur Machado, que complementa: “As hepatites A e E são indiferenciáveis clinicamente, sendo seu diagnóstico exato apenas laboratorial. A testagem deve ser feita com anticorpos apenas na suspeita da doença, não havendo indicação de exame de rotina.”

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