Em nota, a empresa disse que “ética é um valor fundamental, que deve ser cultivado não apenas nas decisões do banco, mas também dos seus colaboradores, que são orientados e treinados de forma recorrente sobre o tema”.
O Itaú demitiu cerca de 50 de seus funcionários que receberam irregularmente as parcelas do auxílio emergencial em 2020. O banco fez um comunicado interno para informar a decisão a seus colaboradores.
O benefício foi criado no ano passado pelo governo federal para mitigar os efeitos da pandemia nas populações mais vulneráveis, e pessoas com emprego formal não poderiam ter recebido o auxílio.
Só poderiam ter sacado o recurso maiores de 18 sem vínculo empregatício e cuja renda mensal familiar por pessoa fosse menor que meio salário mínimo (à época, R$ 522,50), ou cuja renda total na família fosse de até três salários mínimos (R$ 3.135).
Pelas regras do benefício, também não poderiam receber as parcelas de R$ 600 e R$ 300 os que tivessem tido rendimentos tributáveis acima de R$ 28.559,70 em 2018.
Procurado, o Itaú afirmou que “ao identificar que alguns dos seus profissionais solicitaram o auxílio emergencial disponibilizado pelo governo federal, prática que caracteriza desvio de conduta, o banco decidiu pelo desligamento desses colaboradores”. O banco tem cerca de 96 mil funcionários.
Desde dezembro, o pagamento do auxílio emergencial foi suspenso. Segundo estimativas do pesquisador Daniel Duque, da Fundação Getulio Vargas, mais 22 milhões de brasileiros que não eram pobres antes da pandemia, em 2019, entraram na pobreza neste início de 2021, como reflexo do fim do auxílio e do aumento do desemprego. A ONG Ação da Cidadania estima que 10,3 milhões de brasileiros sofrem de insegurança alimentar, com um número crescente tendo a fome como rotina.
Fonte: EXTRA, 05/03/2021.