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Os desafios para seguradoras na aplicação do IFRS 17

ARTIGO Os desafios na aplicação do IFRS 17

Daiane Nabuco

O ano de 2022 virou um grande desafio para as seguradoras, que correm contra o tempo. O International Financial Reporting Standard (IFRS 17), aqui conhecido como Normas Internacionais de Relatórios Financeiros, entrará em vigor só em 2023, mas a adequação às normas já movimenta o mercado. De uma forma geral, teremos princípios de contabilidade que serão aplicáveis aos contratos de seguro, permitindo comparação entre as empresas do setor por meio de uniformização das demonstrações financeiras. 

Entre os pontos positivos advindos das alterações a que a norma estabelece, podemos mencionar a maior transparência, quando da possibilidade de comparação entre as empresas, a checagem de receita por meio dos contratos de seguro, fazendo com que as informações sejam mais claras e precisas e por consequência os investidores podem melhor conhecer os riscos da companhia.

Para que as companhias se adaptem ao novo padrão contábil, é necessário que mudanças ocorram. Essas mudanças são significativas e seus custos têm sido bastante elevados. 

De acordo com a pesquisa da WTW, com base em pesquisa global junto de 270 seguradoras de 45 países, a consultora estimou que a aplicação da nova contabilidade pelo setor dos seguros custará entre 18 e 24 mil milhões de dólares (entre 17 e 22,6 milhões de euros).

A aplicação da norma, impactará em outras áreas ligadas não só diretamente a contabilidade, como a área atuarial, tecnologia e controles internos, requerendo mudanças de gestão, processos e sistemas. As empresas terão também que investir em capacitação de seus funcionários.

O investimento em tecnologia não poderá ser deixado de lado, uma vez que as empresas terão que armazenar dados que são exigidos pela norma, o que contribuirá para a automação de dados no setor de seguros.

Os esforços já vêm sendo colocado em prática há anos, foi necessário planejamento, inclusive financeiro, para se adequar e implementar a norma. Os desafios são grandes, há de se investir em pessoas capacitadas para implantação da norma, em novas ferramentas, novos controles, novos processos e dados suficientes e com a qualidade necessária para processamento das informações ao atendimento do IFRS 17.

Vocês já estão preparados para esta nova realidade?

Escrito por Daiane Nabuco, Principal na Charles River Associates

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