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Em constante renovação

ARTIGO Em constante renovação

Christian Negreiros Mendonça, corretor e gestor de riscos e seguros, membro do Conselho Deliberativo da Associação Brasileira de Gerência de Riscos (ABGR)

Christian Negreiros Mendonça*

Caro amigo gestor de riscos e seguros e colega de mercado. Se ao ler o título desse artigo pensou em algo relativo à renovação de nossos conhecimentos e capacitações enquanto profissionais de mercado, você acertou! Agora, se você pensou em algo relativo as mudanças regulatórias, normas e regras nas operações de seguro em nosso setor, acertou também! 

Porém, se pensou em mudanças e renovações de produtos, clausulados e formas diferenciadas de garantir coberturas securitárias, acertou mais ainda! No entanto, na verdade mesmo, vou falar de tudo isso em um processo e rotina que estou certo de que você irá se reconhecer e concordar comigo: as renovações de apólices e programas de seguros.

Quantas vezes você se pegou refletindo e reconhecendo que, tão logo você conclui a renovação de determinada apólice ou programa de seguros, não chega nem a ter tempo de respirar e celebrar a conclusão da renovação recém-concluída, e já está pensando e atuando na próxima renovação desta mesma apólice (ou programa de seguro)? Acredito que muitos de vocês responderam afirmativamente.

Nos dias atuais, e se verificarmos o comportamento do mercado de seguros corporativos nos últimos anos, essa é uma constante. Com mercados cada vez mais seletivos e criteriosos na aceitação de diferentes tipos de riscos e segmentos, o trabalho de renovação de apólices e programas de seguros tem se tornado mais intenso e complexo, além de demandar maior preparação e consumo de tempo dos gestores de riscos e das empresas seguradas.

E isto está diretamente relacionado, não apenas ao setor de atuação de diferentes empresas, nem apenas aos diferentes ramos de seguros disponíveis, mas ao conjunto destes fatores, somados ainda as possibilidades e necessidades de criação de coberturas e clausulados cada vez mais customizados e diferenciados entre si, além da necessidade de haver e se permitir um conhecimento cada vez mais profundo e detalhado das operações das empresas, seus riscos associados, planos de gestão de ativos, estratégias de desenvolvimento de mercado e crescimento, responsabilidade social, responsabilidade ambiental, práticas de sustentabilidade, e por aí vai. A lista pode ser interminável.

Soma-se a isso um mercado que passou (e ainda passa) por movimentos de endurecimento de capacidade, consolidação e fusões de seguradoras, revisão e redução de capacidades de resseguro e maior seleção para concessão de capacidade. Desta forma chegamos à condição e necessidade de atuar e iniciar os trabalhos de renovação de programas de seguros, tão logo se conclui a renovação, começando pela revisão das iniciativas de sucesso e de pontos a melhorar decorridos da renovação recém-concluída, e utilizando essas primeiras conclusões para estabelecer e moldar a estratégia de renovação futura, determinando novos objetivos e ambições, plano de abordagem de mercado, inspeções de riscos variadas, oportunidades de modificação de clausulas e coberturas, etc.

Ufa! Parece que precisamos de um ano com mais de 12 meses para poder conduzir todas essas etapas. Porém, não se engane: esse é o “new normal” no setor corporativo de seguros, especialmente para grandes riscos, bem como os chamados riscos de specialty.

Felizmente, existe espaço e disposição de diferentes mercados e consultores em abraçar essa estratégia e atuar em conjunto aos gestores de riscos e seguros nestas diferentes etapas, buscando concretizar ao final de todas essas fases, objetivos em realizações.

Porém, não se engane: quem não se preparar e trabalhar detalhadamente desde o planejamento, condução e até as fases finais da renovação, vira vidraça. Assim, reforce suas “janelas” e se “blinde” de qualidade de informação, qualidade de operação e um bom plano de renovação.

*Christian Negreiros Mendonça é profissional do mercado de seguros há mais de 20 anos, corretor e gestor de riscos e seguros, membro do Conselho Deliberativo da Associação Brasileira de Gerência de Riscos (ABGR) e, individualmente, associado ao RIMS – The Risk Management Society

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